Só me programei pra ficar 2 noites em Ushuaia, mas fui descobrindo várias opções super atrativas de passeios e me arrependi de não ter ficado mais uma noite. Mas, graças à competência e organização da empresa Brasileiros em Ushuaia, deu tempo de fazermos tudo o que queríamos.
ONDE FICAR
Ficamos hospedados no MARAVILHOSO Hotel Los Cauquenes. Ele fica a 7km do centro, porém oferece traslados para o centro durante todo o dia, além dos traslados aeroporto / hotel / aeroporto que também são fornecidos sem custo extra.
O hotel é de frente pro Canal de Beagle e possui lindas áreas comuns. No check in, você já é recebido com uma taça de champagne de boas vindas. Todos os funcionários são muito atenciosos e educados, como um ótimo hotel 5 estrelas.
Ele ainda oferece uma opção de pacote “diárias + experiências”, que são alguns passeios que se pode escolher através do site deles.
A área do Spa é formada por algumas salas de massagem, sauna seca e vestiários (separados em feminino e masculino), academia bem equipada, uma piscina indoor com uma pequena parte outdoor, uma jacuzzi indoor e outra outdoor. Só pudemos aproveitar esta áerea durante a noite, já que ficávamos fora o dia inteiro e este espaço fica aberto até às 22 hrs.
O café da manhã é muito bom e o restaurante, como quase todo o hotel, tem uma vista linda para o Canal de Beagle.
Fiquei encantada com o nosso quarto. Espaçoso e muito charmoso com uma cama sensacional que dava vontade de ficar nela o dia todo… Acordar com aquela vista também foi algo que me deixou mal acostumada (porque quando é bom a gente se acostuma rapidinho, né?! rsrs).
Recomendo fortemente o hotel!!
ONDE TROCAR DINHEIRO
A melhor taxa de câmbio da cidade é a do Hotel Antartida Argentina, na Rua Rivadavia quase esquina com a Av. San Martin. Agora em novembro de 2015, o Dolar estava 15 pesos e o Real 3,60.
O QUE FAZER – PASSEIOS
Fechamos todos os passeios através da empresa Brasileiros em Ushuaia. Acompanho o trabalho deles há muito tempo, desde que resolveram se mudar para lá e começaram a trabalhar com turismo receptivo. Eles são muito reconhecidos pelos excelentes serviços e já apareceram até no Fantástico.
Almoçamos um dia com o Mário (dono da empresa e do projeto desde o início) e ficamos sabendo de uma situação super chata que está acontecendo lá. Um ex-sócio está querendo roubar o nome da empresa dele e se passando pelo verdadeiro dono. Nesta outra agência não tem nenhum brasileiro trabalhando, para justificar nem o nome. Então, quando forem fechar os passeios, devem procurar por eles nas redes sociais como o Site, a página do Facebook ou do Instagram.
Navegação ao Canal de Beagle com Pinguinera
Chegamos em um dia à tarde e, após o check in no hotel, já fomos logo fazer a Navegação ao Canal de Beagle (que divide o Chile da Argentina) com a Pinguinera. O Carlitos, motorista da Brasileiros em Ushuaia nos buscou no hotel e fomos para o porto. Dissemos a ele que queríamos trocar dinheiro e que estávamos com fome, e como ainda tínhamos tempo, ele foi muito solícito e atencioso ao parar em uma padaria para comprarmos um sanduíche e nos levou para trocar dinheiro.
Infelizmente, o tempo estava feio e as águas do Canal estavam muito revoltas. Quem nos acompanhou pelo Snapchat (viagensimperdiv) viu o tamanho das ondas!! Rsrs, tenso! Por isto não pudemos ir até a Pinguinera. Vimos algumas ilhas (a dos leões marinhos e a dos pássaros que parecem pinguins) e o Farol Les Eclaireus, mais conhecido como Farol do Fim do Mundo, e depois paramos em uma ilhota (Bridges) onde descemos para dar uma volta e apreciar a linda vista. Mas estava um vento tão forte que quase fui levada por ele… Um casacão daqueles corta-vento é altamente recomendado, já que o vento piora a sensação térmica, que já é quase sempre fria.
Há uma taxa portuária a pagar no local do embarque de aproximadamente 20 pesos por pessoa.
Achei o passeio bem bacana e te dá uma visão mais afastada da cidade. Dá pra visualizar melhor suas belezas naturais.
MEGA TOUR
Neste dia o pessoal da empresa “Brasileiros em Ushuaia” nos buscou no hotel e fomos direto pegar o trem do Fim do Mundo por uma “facada” de 600 pesos (500 do trem + 100 do ingresso para o Parque Nacional Tierra del Fuego). O trem passa por alguns lugares bonitos e tem uma parada em um mirante com a Cachoeira Macarena. O trajeto leva uma hora e há quem o considere um passeio monótono. Eu achei legal fazê-lo para conhecer este, que era o transporte dos presos de Ushuaia até a encosta do Monte Suzana, onde iam trabalhar cortando lenha.
Ao chegar na Estação do Parque Nacional, o transporte dos Brasileiros em Ushuaia (o motorista Carlitos e a guia Lilian) estavam nos esperando. Demos mais uma volta de ônibus pelas estradas do Parque e vamos até a Bahia Lapataia (Fiorde às margens do Canal de Beagle, embora não tenha muito a aparência de um fiorde). De lá seguimos para o centro da cidade para o almoço, que está incluído no passeio.
Almoçamos em um restaurante localizado da rua principal, Av. San Martín (onde podemos escolher entre duas ou três opções de pratos e uma bebida). Ficamos lá por pouco mais de uma hora e partimos para a segunda etapa do passeio: uma passada para conhecer a Playa Larga e o Mini Trekking pelo Glaciar Martial.
No verão, com temperaturas máximas de 20 a 22º C, os moradores da cidade vão pra esta Playa Larga para curtir o dia. Porém o mergulho é só para os fortes, já que a temperatura da água fica entre 5 e 7ºC.
Depois disso, fomos para o Mini Trekking. O motorista (sempre ele) Carlitos nos deixou na base da montanha, onde tem uma casa de chá e souvenir, e de onde saía um antigo teleférico, já desativado há 3 anos.
Não é necessário um sapato específico para isso, mas é bom que seja impermeável porque andamos sobre a neve. O trecho é só de subida e nós próprios determinamos até onde subir. O guia Sebastian, muito simpático, nos deu a escolha já que a vista praticamente não muda durante todo este percurso do Mini Trekking. Há quem faça a trilha grande do Glaciar Martial, e aí sobem quase 800m. Nesta opção do Trekking completo, dependendo da época do ano, é necessário o uso dos grampones nos pés, emprestados pela “Brasileiros em Ushuaia”.
Na volta, o Carlitos nos deixou no centro para comermos algo antes de voltarmos para o hotel.
PASSEIO EM JIPE 4X4
Fizemos a expedição em jipe 4×4 com o guia e motorista Kristian. Ele nos buscou no hotel de manhã e pegamos a estrada. Visitamos alguns mirantes lindos e avistamos os Lagos Fagnano e Escondido.
Depois entramos em uma trilha de terra, em uma área particular a 62 km do centro de Ushuaia, dando início à expedição Off Road. O passeio não é muito radical, mas o motorista acelera nessas trilhas, trazendo adrenalina aos aventureiros.
Paramos em uma espécie de cabana na beira do Lago Fagnano onde nos servem uma tábua de frios, pães, cerveja, vinho, refrigerante e água. Ficamos lá por umas duas horas aproveitando o clima bucólico do lugar. Depois retornamos ao hotel ou ao centro.
TRILHA À LAGUNA ESMERALDA
Este era o lugar que eu mais tinha vontade de conhecer em Ushuaia, mas foi uma das trilhas mais difíceis que já fiz… São 10 km no total, 5 pra ir e 5 pra voltar. Quase não tem subida, ela é praticamente toda plana, o que a torna mais fácil, porém seu solo é muito irregular. Fomos em novembro e passamos por neve, lama, pedras, barro, turba (tipo de vegetação local meio esponjosa) e muita água!
Saímos da cidade de Ushuaia pela Ruta 3 por uns 30 minutos até o início da trilha, que começa na estrada. O guia nos dá algumas instruções e um sanduíche e um suco por pessoa, para comermos ao chegar à Laguna. Passamos por bosques fechados, castoreiras, rios, lagos e vales lindos pelo caminho.
É muito importante uma bota impermeável e confortável! Talvez seja melhor alugar galochas… há uma loja no centro e certamente o Carlitos (motorista) saberá onde fica. Rsrs, Já ouvi dizer que não é bom o uso da galocha nesta trilha porque o ideal é um sapato que fique bem preso ao pé, para não correr o risco de ele ficar no gelo ou na lama, saindo dos seus pés. Mas na trilha que eu fiz tinham 3 pessoas de galochas que estavam “ostentando” ao pisar na lama ou chutar a água, sem a preocupação de estragar o sapato ou molhar a calça.
Preciso dizer que sou meio estabanada e caí 2x na ida e uma na volta. Quando cheguei à Laguna tinha respingo de lama até no meu rosto (lama no r-o-s-t-o!). Como o chão é instável, você anda como que pisando em ovos. Às vezes a pisada é curta, e às vezes seu pé afunda na lama ou na neve até uns 30 cm. E nessas horas… eu sempre caía! Rsrs
Mas chegar lá e ver a vista linda recompensa todo o perrengue!
Eu quis cruzar um riacho para ter uma vista mais alta, à esquerda da Laguna. E por isso, enfiei meus dois pés na água. A bota impermeável não resistiu à água que entrou por cima e o resumo da história foi: lama no rosto, lama na calça, lama no casaco, água na meia, água nos pés e água na alma! Estava friozinho e confesso que fazer a trilha toda de volta com os pés encharcados foi brabo. Meus dedos já estavam duros e eu tinha a impressão de que iam cair. O tombo da volta foi o mais tranquilo, mas o que me deixou mais irritada. Na volta você já viu o melhor e é a parte mais chata. Estava torcendo para que acabasse logo.
Chegar de volta à estrada e ver a van que vai te levar pro hotel sem que precise andar mais nem um metro é a segunda maior felicidade da trilha! Ahahhahahaha
Mas vale muito a pena! Eu faria tudo de novo!! Obrigada Brasileiros em Ushuaia!!
ONDE COMER
A meu ver, o melhor restaurante da cidade, quiçá um dos melhores que já estive na vida, é o Kalma Restô! Ele fica localizado na Rua Antártida Argentina, perto da (sempre ela) Av. San Martin. Olhando de fora é um restaurante simples, azul, e sua fachada não chama a menor atenção. Eu vi comentários sobre o restaurante no Tripadvisor e quis conferir de perto.
Não é um restaurante barato… mas é maravilhoso e vale a pena cada centavo gasto.
O Chef de cozinha e dono do restaurante, Jorge Monopoli, nos recebeu pessoalmente e costuma passar de mesa em mesa explicando os pratos e dando sugestões.
Eles oferecem uma variedade de vinhos que inclui famosos e excelentes Malbec de Mendoza, algumas opções do norte da Patagônia e um Torrontés muito bom, que foi o escolhido para harmonizar com o nosso menu, muito bom. A seleção dos vinhos foi toda pensada para acompanhar sua proposta gastronômica.
De entrada, provamos a Centolla (o famoso caranguejo enorme e famoso da região) “Caranguejo com mexilhões de Porto Almanza, camarão ao molho de pimenta a vinagrete com o aroma do mar”; e o “Sashimi de salmão, molhode soja pré-aquecido, vinagrete de óleo de gergelim, pequenas fatias de alho crocante e mini-buquê de folhas verdes”. MARAVILHOSOS!
Os pratos principais foram: “Robalo sobre creme de abóboras, cebolas caramelizadas e crocante de arroz selvagem” e “Rolo de Cordeiro de longo cozimento, emulsão de cenouras, batatas coradas e confit de tomate”. INCRÍVEIS!
A sobremesa foi a “Desconstrução de Chocotorta”. A Chocotorta é um clássico argentino muito popular. No Kalma, eles usam os ingredientes, e os reformulam! “Desconstrução de chocotorta com pedaços crocantes de chocolate, mousse de doce de leite, sorvete de doce de leite e calda de chocolate”. SENSACIONAL!
Depois desta orgia gastronômica só conseguimos voltar ao hotel. Queríamos conhecer um pub super bem falado, chamado Dublin, mas não tínhamos condições de beber nem comer mais nada… Este restaurante foi a melhor pedida culinária da viagem!
Espero que tenham gostado das dicas! Divirtam-se!
Boa Viagem!